quinta-feira, 12 de julho de 2007

Início

Finalmente, eu resolvi por em prática meu plano de ser uma jornalista cultural. Neste blog, eu pretendo escrever sobre entretenimento. Especialmente, séries, filmes e música. Aceito sugestões e perguntas. Vou tentar atualizar sempre com notícias, novidades e comentários. E para começar, vou postar um texto sério que escrevi. Espero retorno.

Largue a arma, Chico!

As séries de televisão americanas se tornaram febre em muitos países do mundo. Até mesmo no Brasil, pessoas acompanham semanalmente seus seriados preferidos, reúnem-se em grupos de discussão ou comunidades da internet para debater o que vai acontecer no próximo episódio.
O que ninguém parece discutir é o preconceito embutido nestes seriados. Nos Estados Unidos, o problema do preconceito pode levar uma pessoa à prisão ou a ser afastado da mídia. E as emissoras de televisão tomam cuidado para não parecerem racistas ou anti-semitas. Talvez por isso, o preconceito contra o negro ou o judeu já não é tão comum na televisão americana. Mas era necessário encontrar um culpado para os crimes ficcionais. Então, eles se voltaram para minorias que têm menos chance de se defender: os latinos, os árabes etc.
Limitando-nos às séries consideradas febre nos EUA, como Lost, CSI, Cold Case e Without a Trace, na maioria dos episódios vê-se um latino ou árabe fazendo o papel do bandido ou do suspeito. Pode-se dizer que por serem, na maioria das vezes, de classes mais baixas da sociedade, é uma conseqüência que a porcentagem de criminosos seja maior entre os latinos, por exemplo. Mas a televisão ajuda a manter o preconceito contra os imigrantes que não são descendentes de norte-americanos, caucasianos.
Mesmo quando há um latino entre os personagens principais, esse personagem é problemático e possui, muitas vezes, um passado com problemas sociais graves. Um exemplo disso é o personagem Danny Taylor da série Without a Trace, produzida pela CBS, exibida pelo Warner Chanel no Brasil e pelo SBT como Desaparecidos. Taylor é latino e desde o começo da série apresenta conflitos. Além de seu comportamento agressivo, o agente do FBI tem problema de alcoolismo e com o irmão, que se envolveu em coisas ilícitas. No caso dos árabes, a situação é ainda pior. Quando há um personagem do Oriente Médio nas séries, ele é terrorista, como é o caso de Said de Lost que trabalhava para o exército iraquiano torturando presos.
Talvez seja apenas uma coincidência social. Mas é fato que em quase todos os seriados americanos minorias são estigmatizadas, muitas vezes de forma debochada ou vulgar. Pode ser que apenas para tentar reafirmar para os telespectadores a “superioridade” norte americana diante dos outros povos do mundo e ostentar sua bandeira no mais alto dos mastros

Um comentário:

Unknown disse...

Oi Tha !!
muito boa essa tua idéia, e vc escreve muito bem.
concordo com o q vc disse, na série 24h pode-se ver claramente o lance da discriminação.
eles tem um presidente negro - a dinastia dos Palmer !! - mas os grandes inimigos dos "bonzinhos dos americanos" é sempre um arabe, atualmente o leste europeu (pobres é claro !!) e os chineses (q começam a ser uma ameaça pra muuuuita gente).